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Zona Franca de Manaus no IVA Dual: oportunidades e riscos em jogo


 

A Reforma Tributária mudou de forma significativa a forma como os impostos serão cobrados no Brasil. Com o novo IVA Dual (CBS e IBS) e o Imposto Seletivo, a Constituição manteve a diretriz de preservar a Zona Franca de Manaus (ZFM) como diferencial competitivo.

Mas afinal, como ficam os incentivos da ZFM dentro desse novo modelo?

O que muda com a nova lei?

A Lei Complementar nº 214/2025 procurou adaptar os antigos incentivos ao IVA Dual. Entre os principais mecanismos estão:

  • Créditos presumidos de IBS e CBS;

  • Suspensão ou redução a zero da alíquota em determinadas operações;

  • Manutenção seletiva do IPI para produtos fabricados na ZFM.

Na prática, a intenção foi recriar benefícios já conhecidos, mas dentro de uma nova lógica tributária.

Os riscos no novo cenário

Apesar das garantias constitucionais, alguns desafios precisam de atenção:

  • Perda de vantagem competitiva – antes, a ZFM se beneficiava da tributação na origem; agora, com a cobrança no destino, parte desse diferencial pode diminuir.

  • Impacto no fluxo de caixa – se os créditos presumidos não puderem ser usados ou ressarcidos com facilidade, empresas podem enfrentar problemas financeiros.

  • Concorrência no setor de combustíveis – a inclusão do refino de petróleo entre os beneficiados levanta dúvidas jurídicas, já que o STF decidiu, em outro caso, que incentivos sem justificativa clara nesse setor podem distorcer o mercado nacional.

Por que esse debate importa?

A preservação da ZFM não é apenas uma questão tributária, mas também de desenvolvimento regional e equilíbrio competitivo. Para isso, são fundamentais:

  • Regras claras sobre créditos presumidos e ressarcimento;

  • Parâmetros objetivos que justifiquem os incentivos;

  • Métricas que comprovem resultados em inovação, geração de empregos e crescimento sustentável.

Tendências para os próximos anos

Com a transição para o IVA Dual, já é possível observar alguns movimentos importantes:

  • Migração de empresas para a região de Manaus em busca de manter os incentivos;

  • Crescente impacto no mercado imobiliário e logístico local;

  • Necessidade de provar que a ZFM segue sendo compatível com o novo sistema, garantindo neutralidade tributária e justiça concorrencial.

Conclusão

A Zona Franca de Manaus continua sendo um instrumento estratégico de desenvolvimento para o país. No entanto, sua adaptação ao IVA Dual exigirá cuidado, transparência e métricas claras, para que não se perca o equilíbrio entre incentivo fiscal, competitividade e impacto econômico.

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